Quando um Sonho Vira Pesadelo.

É fato. Muitos de nossos sonhos se perdem pelo caminho. Muitas vezes o amadurecimento faz com que mudemos de planos e passemos a ter outros objetivos. Às vezes, os percalços podem fazer com que haja desistência e, então, mais alguém frustrado no mundo, que ao fim irá com a eterna dúvida do que poderia ter sido. Outras vezes, mero esquecimento. Mas nada pior do que ter um sonho interrompido pela mortalidade. Ou melhor, talvez haja. Quantos e quantos não se empreendem em algo que ficará para gerações posteriores, algo que poderá ser continuado apenas por mãos outras. Pior mesmo é ter seu projeto continuado por alguém que ao longe passa de seus ideais. Mas afinal, que papo é esse?
Esses dias foram de comemoração para muitos que, pelo menos em momentos como esse, se orgulham de ser brasileiros, compatriotas de Santos Dumont, o famoso inventor do relógio e do avião. Um visionário, é certo, mas sobretudo um homem que sonhava em poder dar ao homem o poder de voar. Que obstinação! Um exemplo! Em comemoração ao centenário do 14 Bis, não pude deixar de pensar na tristeza que este homem sentiria ao ver o seu projeto apropriado por homens ambiciosos, que não hesitam em usar do instrumento para atingir os mais escusos objetivos. Lembremos aqui que há anos os aviões têm sido utilizados como meio de matança em massa. Acredito que Santos Dumont, quando empenhava seu tempo e seus próprios recursos, ambicionava, sim, como os outros, mas o sonho de dar vida em lugar de morte. Que lástima!